sábado, 24 de janeiro de 2009

Felon

Condenado(2008)
Realizado: Ric Roman Waugh
Com: Val Kilmer, Stephen Dorff, Harrold Perrineau
Felon é um filme que nos faz reflectir acerca do sentido da prisão, a prisão que é o estado mais puro e próximo do instinto primitivo do homem, quando ainda vivia numa sociedade sem regras. No entanto, não deixa de trabalhar a ideia de que o homem tem a necessidade de se organizar em grupos, caso contrário é incapaz de sobreviver.
Um homem prestes a casar, com a vida encaminhada e já com um filho de 5 anos, mata um ladrão e é condenado a três anos de prisão. É um filme bastante real que nos sensibiliza para o facto de que é impossivel não mudar a personalidade num contexto em que o imperativo é sobreviver.

Val Kilmer como sempre, muito bem na sua personagem, Stephen Dorff a surpreender, o único se não, é a interpretação de Perrineau, que não foi a escolha ideal para este papel apesar de termos de admitir que existe o esforço por parte do actor. O que lhe faltou foi o perfil físico que a personagem exigia.
Gostariamos de fazer uma pequena reflexão em relação ao papel que este actor interpreta: "na prisão, as leis da sociedade deixam de existir, e passamos a estar sujeitos às leis dos polícias" esta frase ficou-nos porque, de facto, no final do filme, é impossível não pensar naquilo que fariamos de tivessemos o azar de, um dia, irmos parar a um sítio como aquele... será que poderiamos sair dali iguais ao que eramos? Duvido, por mais inocentes que fossemos. Nem iguais nem melhores. A prisão é um espaço de "dessensibilização"das pessoas (Kilmer). Quer dos agentes quer dos presos.
No fundo, não é só nas prisões e em certas ruas que se formam os gangues. Os próprios polícias deste filme eram um gangue, que obedeciam a um líder... É triste pensar que a sociedade ainda não encontrou uma solução mais eficaz para este problema da sociedade. Mas acredito que numa fase mais avançada, um dia possamos considerar que esta forma de reintegração e de pagamento de dívida para com a sociedade deve ser repensada.
7 em 10
Por: Olga Pinto

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