sábado, 17 de janeiro de 2009

The Constant Gardener

O Fiel Jardineiro(2005)
Realização: Fernando Meirelles
Com: Ralph Fiennes, Rachel Weisz
Já tivemos a oportunidade de te falar de um filme com Ralph Fiennes, no nosso Baú de Recordações Nem tudo o Vento levou; um actor notável que já nos habituou a interpretações de grande qualidade.
The Constant Gardener é outro dos filmes que se ainda não viste, terás mesmo de ver e onde Ralph Fiennes reforça o seu talento. Adoramos aquele sotaque britânico :D e apesar de até gostarmos de Daniel Craig não ficaríamos tristes se Ralph Fiennes estivesse no seu lugar, como Bond.
São tantos os pormenores que realçam o talento deste actor que se as tivéssemos de enumerar não sairíamos daqui tão cedo. O Fiel Jardineiro é a derradeira prova. Um filme profundo, baseado no Best-Seller de John Le Carré e realizado por um dos nossos realizadores favoritos (que imperdoávelmente não incluímos na nossa lista) Fernando Meirelles.
Rachel Weisz ganhou o Óscar de melhor actriz secundária neste filme. Não podemos deixar de elogiar também esta actriz, que interpreta Tessa, uma mulher de princípios, de causas; forte e teimosa o suficiente ao ponto de arriscar a própria vida em nome daquilo que acreditava. Weisz está maravilhosa, e mereceu de facto o Óscar e o Globo de Ouro.
Queremos fazer um pequeno aparte, em relação à qualidade das sinopses que circulam na internet e no caso, nos Dvds: não confiem no que está escrito. Por diversas vezes já comprovamos e temos razões para generalizar: a na maioria os autores desses textos nem chegam a ver os filmes, ou acabam por especular sobre aquilo que ouviram dizer ou aquilo que acham que o filme deve tratar. É inadmissível e a partir de hoje, vamos denunciar esses textos no nosso blogue sempre que tivermos a infelicidade de nos depararmos com um. É o caso desta sinopse que encontramos no DvD de O Fiel Jarnineiro…

Passando à frente, falando do que interessa, temos um argumento excelente, uma fotografia espectacular, do elenco nem vale a pena falar mais... 5* e uma banda sonora inesquecível.
Tessa casa com Justin, um diplomata inglês cujo Hobbie é cuidar de plantas. Conhecem-se durante um colóquio onde Tessa tenta persuadir a audiência para algumas questões políticas importantes, atacando o diplomata. No entanto, as pessoas demonstram-se totalmente desinteressadas e vão abandonando a sala, até que ficam apenas os dois. É aqui que se apaixonam, e dias depois Tessa consegue partir com Justin para África, aproveitando a situação para lutar pelos seus ideais.
Já em África, ela e um médico Arnold, descobrem que estão a decorrer testes de um químico, a Dyapraxa clandestinamente, na população africana. Quem não aceitasse o tratamento com Dyapraxa perderia o direito a outras vacinas. Tessa e Arnold conseguem escrever um relatório e começam a chantagear o governo Britânico, na tentativa de parar os testes em África que estavam a criar bastante mortos.
Este é um filme que nos desperta para o facto de estarmos aqui no ocidente, longe dos problemas reais que afectam o mundo. Por vezes, fechamo-nos nos nossos problemas e choramos por coisas tão mesquinhas quando comparadas com problemas reais como o sofrimento do povo africano, que tal como o filme diz "aquelas vidas são compradas tão barato..." e não podemos deixar de nos sentir revoltados quando o filme passa imagens de enfermeiras que oferecem brindes àquelas crianças: pistolas de àgua em plástico coloridas... nem podemos esquecer a imagem daquela criança que corre diante da camara de filmar e faz o sinal de ok para nós, sorridente... Mas não está tudo ok, não está certo... não é justo!
Somos impotentes em relação aos problemas do mundo e isso leva à indiferença, a baixar os braços. O que pode uma Tess contra um mundo tão desumano? O que pode um Justin, ainda que muito perto dos papéis que controlam o mundo; o que pode ele diante daqueles que têm o poder e a coragem de jogar golfe num campo verde e cuidado, mesmo ao lado de uma população em lama e lixo, a morrer de Sida e de fome?
Um filme muito profundo que todos devemos ver, uma prova que o cinema desperta e nos inspira para as coisas que precisam de ser mudadas ainda que o argmento seja ficção, aquelas imagens, aquelas aldeias eram reais... O filme acaba e as diferenças entre os povos continuam. As ervas daninhas continuam a existir e proliferam ficando a pergunta, será que um dia alguém lhes deita a mão?
O mundo é demasiado egoista, é triste, mas infelizemente não acredito que um dia as coisas possam mudar.
Por: Olga Pinto

2 comentários:

Anita disse...

Um grande filme do muito talentoso Fernando Meireles!!!Sem dúvida alguma uma fita que se deve ver e rever!!!

Beijinhos

tickets4three disse...

Anita, obrigada pela visita, volta sempre! Quando quiseres, participa no nosso blogue, e falando do teu filme favorito!
beijos