quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Changeling

A Troca(2008)
Realização: Clint Eastwood
Com: Angelina Jolie, Jonh Malkovich
E
ste é um daqueles tão perfeitos, tão perfeitos, tão perfeitos que quando encontramos uma pequenita imperfeição nos sabe tão bem que não nos fartamos de a divulgar a quem passa… eheheh! Pois é… Clint Eastwoodzinho …na parte em que o médico psiquiatra mostra a fotografia a Christine Collins, a fotografia não mostra as pessoas que estavam por de trás dela e do miúdo. Ah pois é! Só o olhar clínico das tickets poderia ter detectado semelhante lacuna.
Brincadeirinha… este filme, absolutamente genial e interpretado de forma soberba por Angelina Jolie (talvez só retiraríamos o Baton encarnado que acaba por distrair um pouquinho…), conta a história verídica de uma mãe solteira, dos anos 20, que apesar de só ter o filho na vida, o perde. O destino não poderia ter sido mais injusto, quando numa tarde de sábado em que havia prometido ao filho ir ao cinema; recebe um telefona e tem de ir trabalhar. Quando regressa a casa, esta mãe já não encontra o filho, Walter.
O filme é excelente, as críticas aliás têm feito jus à beleza e fidelidade ao tempo, ao guarda roupa, o bom gosto musical e de casting... só elogios.
De louvar até algum humor conseguido na parte final … aquele “Silent night…” cantado por alguém preste a ser enforcado é simplesmente hilariante, apesar da gravidade do tema em questão.
Em relação à filosofia inerente ao filme, temos que é evidente um esforço para centralizar a impotência do cidadão comum, face à omnipotência do Poder Judicial.
Mais até do que isso, espectador compreende o poder que os media exercem na sociedade e sob a opinião pública e restantes poderes. Os media que funcionam como uma espécie de contra-poder na sociedade. O poder do discurso mediático e a importância de o analisar…
Não obstante, há que frisar o caso particular da personagem principal deste filme. É que Christine, apesar de tudo e de todas as vicissitudes, teve do seu lado alguma sorte e apoio.
Ao contrário do que se tem escrito em muitas críticas, não se trata da luta de apenas de um cidadão. Ao longo de todo o filme, é evidente a impotência de Christine em relação a tudo, apesar de ter renunciado conformar-se ao longo do filme, temos de admitir que a história teria sido diferente, não fosse a ajudinha do reverendo Briegleb e claro, a boa vontade daquele advogado….
Outro tema explorado é a maldade, e a fragilidade das crianças, que enfrentam um mundo perigoso, que nunca estão em segurança. Um filme que pretende transparecer que de súbito a nossa vida pode tornar-se um inferno, num sofrimento só e angustiante, impotente… que nos consome. No fundo um changeling (mudança) que nenhuma mãe merece.
No final…enforcam-se os assassinos mas nunca se recupera aquilo que se perdeu.
Fica a esperança. A tal “Hope” com que Christine se despede de nós, no final do filme. Quanto a nós, pensamos que “Hope”poderia ter sido substituída pela palavra “Faith”, já que a esperança foi coisa que Christine nunca deixou de ter ao longo de todo o filme e de toda a sua vida.
Um filme excelente e imperdível mas perturbador, sobretudo para quem é mãe.
E se fossemos nós? E se fossemos nós…
Por: Olga Pinto

11 comentários:

Unknown disse...

"aquele “Silent night…” cantado por alguém preste a ser enforcado é simplesmente hilariante"...

lol, eu não achei piada nenhuma. Apenas achei ainda mais perturbador como todo o filme. E creio que não é preciso ser mãe (por razões óbvias não posso ser :p) para o achar.

Bj

tickets4three disse...

oi Fifeco!Obrigadas por teres passado!
Pois é, nós não pudemos deixar de rir nesse momento, ^-^ insensitive we...
Claro que não precisas de ser mãe para considerar o filme muito perturbador, e perturbador no sentido de fazer reflectir, vestir a pele.
Mas acontece que Christine era mãe solteira e perdeu a única razão de viver. Acredita que as mulheres sentem muito mais, ainda mais tratando-se de uma história verídica (mas somos suspeitas, claro!)

Beijokinhas ticketelianas

Unknown disse...

Estou muito curioso para ver!

Guilherme Teixeira disse...

Quanto à "pequenita imperfeição" lembrem-se que na estação do comboio há uma altura em que os polícias se afastam todos de modo a que os jornalistas tirem uma foto apenas de Christine e o miúdo(um dos próprios polícias sugere-o)...

Eu também noto nas pormenores :P

Gostei especialmente do conto do miúdo acerca do que se passava no rancho. Aliás acho que foi a partir daí que o filme começou a mostrar a sua verdadeira essência.

tickets4three disse...

Guilherme:
:( Desmancha prazeres, tens razão...

Gostamos muito da parte em que a mulher " que trabalhava à noite " diz : "If you smile too much, you're delusional. If you smile too little, you're depressed. If you're neutral, then you've lost touch with basic human emotions."

Muito fixe mesmo. ^-^


em relação ao miúdo tem mesmo futuro " oh god, oh God" Sabes o nome dele?

Guilherme Teixeira disse...

Uma pequena pesquisa levou-me ao nome dele e à respectia página do IMDB onde dá para ver o que ele já fez. E sim, ele tem grande futuro à sua frente. Chama-se Eddie Alderson

http://www.imdb.com/name/nm1191627/

É pena é que ande perdido numa novela que já dura desde 1969...

Guilherme Teixeira disse...

Só um pequeno reparo, então fazem uma votação para realizador favorito e não incluem o Christopher Nolan? Uma grande falha Tickets...

tickets4three disse...

oi Guilherme!
Tens razão, não incluimos muitos realizadores ... foi a pressão do momento. Uma prova que a pressa não é aliado de ninguém eheheh

beijokas ticktelianas hihihi

Fernando Ribeiro disse...

Um filme que prova que Clint Eastwood não perde a sua forma. É intenso, perturbador e apresenta um ambiente negro, muito por culpa da excelente fotografia. Apesar de tudo isto, e apesar de ter gostado da interpretação de Angelina Jolie, esta ainda não me conseguiu convencer a 100%. Poderá ser nomeada ao Oscar, mas não deve ganhar.

Beijinho

tickets4three disse...

Fernando ;)tudo bem?
Esta foi a melhor interpretação de Jolie ^-^ talvez por ser mãe, mas claro é uma mulher lindissima e cheia de talento. Somos da opinião que o talento também se pratica, por isso os actores têm quase a obrigação de se superarem a cada filme...
Eastwood não tem mais nada para provar. è fantástico. E parece que brevemente o vamos poder ver outra vez no tela em Gran Torino ^-^ estamos ansiosas. Beijinho

Anita disse...

a passagem dos anos só tem feito bem ao grande Eastwood e este filme é a prova disso!!!Jolie também tem uma grande interpretação!!!

Beijinhos