Estamos ansiosas por ver o filme sobre a vida daquela que foi, e continua a ser a nossa maior diva do fado, a mulher que transportou no xaile a nossa cultura e a levou além fronteiras. A voz de Amália arrepia... um arrepio que nos entrega à alegria e à tristeza, à nostalgia ou saudade e que toma conta de nós, ainda que não saibamos definir muito bem o que é o fado.
O filme custou 3 milhões de euros e será exibido em 22 países.
Por cá, arranca a 4 de Dezembro em 72 salas, sendo a maior estreia de sempre de um filme português.
Estamos ansiosas e prometemos dar o feedback de imediato. Pelo que temos lido de opiniões de quem já assistiu na ante estreia, o filme parece vir a surpreender os mais cépticos em relação ao cinema português. Oxalá! Porque realmente já é tempo de mudar este nosso triste fado pelo menos no que diz respeito ao cinema.
Fica um poema de Amália para se inspirarem, e claro o trailer do filme.
Por: Olga Pinto
Estranha forma de vida
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.
Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.
Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.
Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
Amália Rodrigues